terça-feira, novembro 23, 2010
Um par de botas curtas*
Há meses que não posto mas tenho motivos compreensíveis.
Minha vida anda agitada, minha gente. Fiz uma matéria de mestrado, parei de dar aulas, escrevi um artigo, estudei bastante, comecei a trabalhar com auditoria, saí e conversei duas mil vezes com meus amigos, li (vários) livros e comprei tantos outros, passei no processo de seleção para fazer mestrado e sexta-feira pedi demissão da auditoria. Ha-ha
Sabe aqueles momentos em que você percebe que definitivamente aquilo que você está fazendo não é o que você quer? Mesmo que você não saiba, vos digo, aconteceu.
O meu trabalho agora é lutar contra mim mesma, controlar minha ansiedade e put myself together de novo. Verão sabático é o que eu terei.
Tou com a idéia de fazer um outro blog, focado em um assunto. Vou aproveitar meu verão para essas bonitices.
Tou viva e continuo.
*Trecho de Memórias Póstumas de Brás Cubas que ilustra meus sentimentos por esses tempos.
"Então considerei que as botas apertadas são uma das maiores venturas da Terra, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as descalçar. Mortifica os pés, desgraçado, desmortifica-os depois, e aí tens a felicidade barata, ao sabor dos sapateiros e de Epicuro. (...) Quatro ou cinco dias depois, saboreava esse rápido, inefável e incoercível momento de gozo, que sucede a uma dor pungente, a uma preocupação, a um incômodo... Daqui inferi eu que a vida é o mais engenhoso dos fenômenos, porque só aguça a fome, com o fim de deparar a ocasião de comer, e não inventou os calos, senão porque eles aperfeiçoam a felicidade terrestre. Em verdade vos digo que toda a sabedoria humana não vale um par de botas curtas”
*JF 12:47 PM [+] 
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